sábado, 5 de novembro de 2011

#Bulimia x Anorexia

Bulimia?




A bulimia é um transtorno alimentar aonde as principais características são os episódios de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios para evitar o ganho de peso. As pessoas que sofrem de bulimia vivem em um circulo vicioso de compulsão-purgação.
Na sua maioria os pacientes com bulimia estão dentro da faixa de peso normal, embora alguns possam estar com um peso levemente acima ou abaixo deste. Existem indicações de que antes do início do transtorno alimentar, os pacientes com bulimia estão mais propensos ao excesso de peso.

A bulimia apresenta uma prevalência no sexo feminino, 90 a 95%. A doença se manifesta mais tarde do que na anorexia, por volta dos 18 a 20 anos.


                                          Depoimento:

“Sempre me achei gorda e buscava uma maneira de emagrecer. Não acreditava quando minha nutricionista fazia todas aquelas medidas e dizia-me que eu estava com uma composição corporal normal. Achava-me gorda e suspeitava que a dieta que ela me dava era muito para mim. Estaria ela me enganando ? Estaria ela enganada ? Acabava de comer, pesava-me e ia fazer exercícios. Meu personal trainer era louco ! Só 40 minutos de corrida ? Fazia 40 minutos com ele we depois mais 40 e pedalava e caminhava. Evitava sexo com meu marido pois tinha que estar em pé muito cedo para correr e treinar. Como eu não vomitava, não me achava bulímica ! Mas o exercício sempre era pouco. Na academia irritava-me se a aula não era daquelas para “queimar calorias”. Se comia uma fruta a mais , claro, da-lhe corrida! Meu emprego ? Deixava de lado se tivesse que almoçar lá ! Queria saber o valor exato das calorias ! E se pusessem óleo demais? Não, não era vida ! Não aceitava convites, pois tinha medo de comer e engordar. Aos finais de semana era uma tortura, pois meu marido queria atenção e eu fazia um triatlo inteiro e ainda caminhava à noite. Machucava-me inúmeras vezes e tomava antiinflamatórios para poder treinar sem dor. Várias vezes não agüentava de cansaço e tomava anfetamina para reanimar. Não queria e não podia parar de treinar. A sensação que eu tinha era a de que engordaria muito, mas muito mesmo. Sempre tinha episódios de comer, autênticas orgias, que começavam quando eu fazia a primeira concessão a u, brigadeiro que fosse. Sentia-me sem controle nenhum, aí comia o que tivesse pela frente. Doce, salgado, sem prazer, escondida, com um ódio enorme de mim mesma, até empanturrar-me ! Aí, olhava-me no espelho ! A barriga enorme ! Odiava quando meu marido dizia que eu era “linda”. Parecia gozação dele...Se me olhavam na rua, achava que era para reparar que eu era gorda. Ia de médico, de preferência até aqueles mais “loucos”, que mal examinavam, davam uma fórmula e pronto. Outras vezes filava de alguma amiga o remédio dela. Um dia tive uma sensação horrível! Meu coração, sem mais nem menos, parecia que ia sair pela boca, minha respiração tornava-se ofegante, sufocante, eu tremia inteira, tinha tontura, dor no peito e achei que fosse ter um enfarte.
Meu marido assustou-se e fomos a um pronto socorro. Aquilo passou no meio do caminho, o médico examinou e disse que era nervoso. Fiquei em observação e voltando para casa comecei a imaginar que não era nada demais mesmo. Voltei a fazer tudo o que eu fazia e... tive aquilo de novo. Me deu mais forte e eu agora ficara com um medo terrível de ter aquele treco outra vez. O médico disse que era pânico e mandou-me a um neurologista que medicou-me com um remédio e, claro, eu morria de medo de engordar e de ter aquilo de novo. Numa palestra sobre psicologia em que acompanhei meu marido ouvi acerca de “Compulsão Alimentar”. Resolvi procurar ajuda e além do antidepressivo encarei uma psicoterapia. O pânico já melhorava, mas o medo de ter pânico...esse ainda não. Na terapia encarei uma barra e passei a perceber que as drogas que eu tomara, o stress a que eu me impunha pelo emagrecimento poderia ter desencadeado a primeira crise de pânico. Lentamente fui mudando hábitos, inclusive em relação aos exercícios. Faço bastante, mas estou aprendendo a respeitar meus limites. Corro, mas seguindo orientação de um personal e de meu terapeuta que insiste no “prazer” do exercício, na moderação e no respeito a meu biótipo. Confesso que ainda sinto-me culpada ! Mas bem menos...Deixei os remédios, menos o antidepressivo e estou fazendo um trabalho de autoimagem com meu psicólogo. Modificando não só como eu de fato sou, mas como me percebo! “ Minha vida sexual está melhorando e eu já penso em ter um filho, tão sonhado pelo meu marido e tão temido por mim, devido ao medo de engordar”. Só lamento que precisei ter pânico para encarar um tratamento. Sei que é assim mesmo. A gente não se sente doente. Sente-se gorda. Não vou mentir, ainda me acho um pouquinho fora da tabela...Ás vezes pinta umas neuras em relação ao corpo ideal ! Mas eu não poderia continuar vivendo daquela maneira ... Teria um fim muito triste!”


Anorexia?


Anorexia nervosa é um transtorno alimentar no qual a busca implacável por magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas apresentam um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magras. Em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte por desnutrição.

Depoimento:

“ Meus pais haviam acabado de separar-se e eu estava com 13 anos. Me lembro do primeiro dia de minha dieta. Meu irmão diz que eu era gorda e feia. A gente brigava e quando ele me xingava de outra coisa , tudo bem. Mas de gorda... Comecei com uma dieta de revista. Depois com uma da sopa. Aí minha mãe procurou uma nutricionista e eu estava com 1,52 m e com 45 kg e me achava gorda. Comecei a cortar algumas coisas que eu achava que iriam engordar. Tinha medo, mas muito mesmo de ficar gorda. Perdi 3 kg e fui elogiada por ela, mas quando ela falou “vamos manter” fiquei com muito medo. Ela pedia que eu aumentasse um pouco os alimentos mas eu não queria. Mentia para ela, não comia lanche na escola e um professor de educação física da academia disse que não comesse hidrato de carbono à noite. Cortei à noite e também de dia. Ficava fraca mas insistia no exercício. Me via uma gorda no espelho. Meus pais me pediam para ir ao médico mas eu não ia. No fim me obrigaram a fazer um exame médico e eu fui encaminhada ao psicólogo. Não menstruava e achava que era normal. Comecei uma terapia a contra gosto e me achava uma baleia. O dia em que minha prima sofreu um acidente de carro fiquei louca e aderi à terapia. Custou mas consegui entender que corria risco de vida. Já tinha pensado em usar drogas para emagrecer e outras coisas como laxantes mas não usei. Um doía desmaiei e o psicólogo convenceu-me a procurar a nutricionista. Aumentei um pouco de peso, hoje peso 44 kg e estou melhor. Mas confesso que tenho ainda medo de engordar. Mas tenho vontade de sarar. Acho que peguei no começo...”

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